Estética genderless: descubra como ela pode influenciar a modelagem

02Ano: 2015. Ocasião: Semana de Moda em Paris. Na passarela, um desfile com um conceito que derruba paradigmas: homens de saia, mulheres de terno — e a cereja do bolo criado por Vivienne Westwood: no fechamento do desfile, quem veio usando o vestido de noiva foi um homem.

A moda sempre foi lugar de romper padrões, ousar e questionar. A bola da vez é desconstruir a estética binária de gêneros. Genderless – o movimento que não se limita a roupas para homem ou mulher está ressignificando o antigo “unissex” ou “andrógino” e propondo mais: trazer a ideia de igualdade de gênero para dentro do cenário fashion.

Entenda como a proposta genderless carrega valores de igualdade, por que vem ganhando cada vez mais espaço na nossa realidade social e como isso tem impactado o mundo da moda:

Moda que segue a rua, rua que segue a moda

Os valores de uma sociedade ficam evidenciados nas suas formas de expressão – sejam elas a arte, a língua, formas de se organizar socialmente ou politicamente. Sendo a moda um lugar do novo e de trazer à tona questionamentos da realidade, nada mais natural do que ela refletir sobre questões relacionadas ao gênero — assunto em voga na atualidade. Seja pela luta pelos direitos das mulheres e LGBTT, o mundo hoje vem deixando de lado certos padrões e repensando lugares sociais. A moda dá voz a esse movimento em formas, cores e modelagens que dão um recado: as fronteiras são fluidas, a liberdade e a escolha estão em primeiro lugar.

Genderless: o novo “normal”

A grande tendência é a de fundir as categorias masculino e feminino – pelo menos é o que se vê nas passarelas e na adesão crescente ao estilo genderless – e diluir essas fronteiras. Talvez isso não seja algo tão novo assim — Chanel e Marlene Dietrich já usavam calças em público lá pelos idos de 1910. Mas é inegável o quanto a moda está se tornando mais acessível também para os homens.

Bolsas, estampas florais, saias por cima de calças, cabelos longos presos em coques — nada disso fica restrito às passarelas e pode ser visto nas ruas. O julgamento sem sentido sobre a orientação sexual a partir da roupa está caindo por terra – mesmo porque, isso é assunto da intimidade de cada um – e dando lugar à liberdade no vestir.

Principais representantes

O italiano Alessandro Michele, diretor de criação da Gucci, é um dos principais símbolos atuais da moda genderless. Apontado como um exponente da “revolução genderless”, o diretor leva à passarela looks que são impossíveis de se dizer se são para homens ou mulheres. Além dele, um ícone da arte trouxe ao mesmo tempo para sua estética elementos do mundo feminino e masculino: o genial David Bowie, sempre quebrando paradigmas.

Hoje, outro símbolo genderless está chamando a atenção do mundo da arte e da moda: Jaden Smith (filho do ator Will Smith). Estrela da última campanha feminina (sim, feminina) da Louis Vuitton, o ator defende a liberdade de expressão e não está nem um pouco preocupado com julgamentos.

Genderless no Brasil

Esta tendência já pode ser percebida em terras brasileiras. Prova disso é a loja Handred, que já nasceu por aqui com a proposta de ter roupas e modelagens que não se prendem a categorias de gênero. Além dela, o estilista mineiro Ronaldo Fraga levou às passarelas do SPFW, em sua coleção de inverno 2016, peças sem gênero definido, numa coleção inspirada no amor e na literatura. Para ele, a transgressão deve ser por meio do amor. Em entrevista à Folha, ele afirmou que “em tempos de guerra, transgressão maior não há do que falar de amor e paixão” .

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Estética genderless: descubra como ela pode influenciar a modelagem
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